Peste Bubônica

HISTÓRIA 📒📕:

Diante dos atuais acontecimentos e a falta de conscientização de alguns, lembrei da leitura de um episódio passado da nossa cidade que nos traz um pouco de história e reflexão.
Santa Maria, o ano é 1912, população de 15.000 habitantes, uma cidade calma e adormecida.
No dia 21 de julho, em uma casa localizada na Rua Silva Jardim esquina com a Avenida Rio Branco, falecia um menino de 13 anos – Gil Brum Corrêa, vitimado de uma enfermidade pulmonar rápida e violenta, rotulada então de broncopneumonia.
Logo adoece gravemente a moça que havia ajudado a cuidar do pequeno, a senhorita Clélia Bicca, seguido de sua mãe, duas tias, um irmão, um amigo da família e uma empregada, todos mortos em pouco mais de uma semana.
Alarmam-se os médicos e a população, tão logo começa a espalhar-se pela cidade a terrível notícia de uma eclosão de uma epidemia de peste bubônica, de forma bronco-pneumônica.
Apodera-se o pânico dos habitantes, que abandonam a cidade em trens especiais. Fecham-se os colégios e o comércio. As autoridades assumem a responsabilidade do severo isolamento da casa dos pestosos. Cada casa de quarentena é posta sob vigilância, ninguém pode sair ou entrar; os alimentos e medicamentos são deixados à distância.
O hospital de Caridade é transformado em lazareto (estabelecimento para controle sanitário de pessoas em Quarentena), enquanto seus doentes são transferidos para um hospital de emergência, localizado às margens do Vacacaí- Mirim, onde hoje se encontram as oficinas do Quilômetro 3.
O foco inicial (Padaria Rio Branco, Silva Jardim esquina Avenida Rio Branco) foi queimada por ordem das autoridades, todos conheciam por “casa da peste”. Dali, a senhorita Clélia Bicca levou-a para a casa de sua família, que ficava na atual Rua Daudt quase esquina com a Rua Floriano Peixoto. Outros focos surgiram, na Rua do Acampamento (Residência Regulo de Moraes), também onde seria posteriormente a residência do Dr. Valentin Fernandez, à Avenida Rio Branco e também em um Chacará que foi um dos focos mais importantes, já que houve fuga de casos suspeitos antes da efetivação do isolamento, nesse local estiveram isoladas quase 20 pessoas.
As prontas e enérgicas medidas adotadas pelos médicos e autoridades tiveram a rara ventura de circunscrever a epidemia a POUCOS e DETERMINADOS FOCOS, rigorosamente isolados e desinfetados.
Os médicos Santa-marienses deram prova de maior abnegação, não desertando do campo do dever, cabe salientar os nomes de Francisco Mariano da Rocha, Victor Teltz, Astrogildo de Azevedo, Nicola Turi, José Mariano da Rocha, entre outros.
Oficialmente foram computados entre 16 a 18 óbitos.
Um trecho do Jornal Diário do Interior de 7 de agosto de 1912 dá uma compreensão melhor do vulto da tragédia que se abatia em Santa Maria.
“... A cidade. - Um grande e lutulento deserto, pode-se assim dizer, em vista do intenso e brusco êxodo de famílias, que ainda ontem continuou, dorme na sua tristeza de finados.
Dir-se-ia uma dessas grandes e velhas cidades místicas das lendas, erma e cheia de antigos e tristes símbolos evocadores, povoadas pela saudade dos ausentes caros, principalmente dos que partiram para o remoto e nunca historiado mundo de que ninguém pôde ter, até hoje, o venturoso dom de regressar...”
Notável também foi o espírito de solidariedade da coletividade santa-mariense. Em 16 de Agosto foi anunciada oficialmente a debelação do mal, e aos poucos, a cidade retomou o ritmo normal, mas ficou sempre na memória de todos a triste recordação daquele 1912.
Portanto, depois desta leitura, que tenhamos o mesmo espírito de solidariedade e coletividade tendo a consciência de que o momento é de FICAR EM CASA a fim de evitar maiores consequências.
Trechos extraídos do livro – Santa Maria o passado pitoresco, em prosa fluída – Romeu Beltrão.
FOTO: Rua Silva Jardim esquina Av. Rio Branco, antiga Padaria Rio Branco “casa da peste”.
Alex Scherer Porporatti acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo-UFN.

📢Atividade:
Leitura, conhecimento sobre a peste bubônica, época (século, anos), pesquisa dos importantes médicos da época, onde o nome deles se encontra na atualidade.
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 MATEMÁTICA 🧮💡:

📢1. Século em que aconteceu a peste bubônica em nosso município
📢2. Há quantos anos atrás